Desde que me mudei do Rio, não encontrava o vídeo do nascimento da Bia: a minha "desnecesária" que não é sobre o que quero escrever, pelo menos agora. Eu procurava o vídeo pelo parto também (para refletir sobre ele e melhorar no próximo), mas principalmente por causa de uma imagem que eu me recordava e queria rever. Como o hd do computador da minha mãe tinha dado problema e eu desconhecia o paradeiro do hd, fiquei sem o vídeo.
Um dia desses, arrumando os CDs e DVDs de fotos, filmes baixados da internet e coisas do gênero, sem querer, encontrei o DVD que o Johnny tinha gravado para trazer para os pais, vocês não imaginam a minha felicidade, a minha alegria.
Sem dúvidas o nascimento da minha filha foi a coisa mais marcante da minha vida. Ela foi um marco zero: minhas noites nunca mais foram de um sono bem dormido; minha preocupação comigo, com o mundo, com coisas que nunca antes eu me preocuparia começaram a me incomodar. Aquele momento era meu, mas o foco era ela! Ela me ensinou muito sobre a vida, mas me ensinou muito mais sobre mim. Antes da maternidade, sem nem imaginar, eu era inconsequente, não tinha visão a longo prazo, nem precisava ter... tudo era rápido, tudo era o momento. Ela me ensinou a ser reflexiva, observadora, cuidadosa, disciplinada.
Quando eu vejo esse vídeo, eu me emociono, não há uma vez que o reveja e os meus olhos não marejem. Essas imagens me emocionam porque eu sinto o carinho dos meus pais, tios, irmãos, cunhados, primas por mim, porque eu vejo como a Bia é importante e relevante na vida deles, mas principalmente porque ele espelha o espírito de união e os elos que existem em minha família, praticada da minha avó materna Zilda e preservada pela minha mãe. Eu quero continuar o caminho ensinado por vovó Zilda, eu quero que minha família continue essa união, esse elo, que nem os problemas da vida, nem o dia a dia, nem o tempo, nem as diferenças e os defeitos conseguem desfazer os laços que o sangue iniciou e que o amor completou.